quinta-feira, 7 de julho de 2011

Para não tornar as coisas demasiado sérias:) estas escadas lindas levam-nos de certeza a algum lugar especial!






Ando Baralhada.


Ando baralhada. Baralhada a nível espiritual. Baralhada com a forma como se chega até Deus.
Apesar de ter tido uma educação católica praticante com tudo o que isso implica, hoje em dia não me considero praticante e confesso que até me desliguei um pouco de todos os rituais colectivos e pré-determinados das práticas religiosas. Mas continuo a ter uma relação de muita proximidade com Deus, pelo menos da forma que me faz mais sentido. De uma forma directa, sem intermediários.

No domingo passado fui a Fátima, tinha vontade já há algum tempo. Já lá tinha estado algumas vezes, há muitos anos e estranhamente desta vez não tive aquela sensação de paz que me lembrava ter tido das outras vezes.

Agora pareceu-me tudo demasiado comercial e ao mesmo tempo frio e impessoal. Por todo o lado, em todas as capelas, ao virar de cada esquina, há uma caixa na parede com uma ranhura, tipo caixa de correio para depositar promessas/ofertas/doações. Até as velas das promessas já são eléctricas (põe-se uma moeda, carrega-se num botão e acende-se uma luz em forma de vela).

De repente, tudo me pareceu encenado e comecei a ter uma visão perturbadora de todo aquele lugar. Mas felizmente ao pensar em Deus, os meus sentimentos não se alteraram, continuava exactamente com aquela sensação de paz, segurança, humildade, bondade e agradecimento que Ele me transmite. O mesmo se passa quando entro numa Igreja sózinha ou quando está cheia de gente. É diferente, não sei explicar. Por isso, acho mesmo que a minha relação com Deus é vivida directamente, sem intermediários, sem ameaças do Inferno, sem chantagens dos pecados, sem medos do certo e do errado.

Ao mesmo tempo, tenho tido curiosidade e interesse no Budismo. Apesar de não conhecer minimamente, vejo-o não como uma religião, mas como uma filosofia de vida que me transmite calma, bom senso, respeito, sabedoria e energia positiva. Tenho vontade de perceber melhor esta maneira de estar na vida e na religião.

Será que posso manter o meu Deus que conheço desde que me conheço, mas chegar até Ele com ensinamentos de outra religião? Será que isso é ir contra tudo e contra todos? Será possível duas religiões conviverem? Ou será que não há nenhum ponto de contacto entre cada uma delas?

Eu disse que andava baralhada...